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Quem eram padrasto e enteado que morreram com um dia de diferença no Paraná

Padrasto infarta e morre ao visitar enteado internado, e rapaz falece no dia seguinte João Gonçalves e Vitor Gabriel da Silva, padrasto e enteado que morreram...

Quem eram padrasto e enteado que morreram com um dia de diferença no Paraná
Quem eram padrasto e enteado que morreram com um dia de diferença no Paraná (Foto: Reprodução)

Padrasto infarta e morre ao visitar enteado internado, e rapaz falece no dia seguinte João Gonçalves e Vitor Gabriel da Silva, padrasto e enteado que morreram com um dia de diferença no Paraná, tinham 55 e 16 anos, respectivamente. João infartou na recepção de um hospital, quando se preparava para visitar o enteado que estava internado por complicações causadas pelo uso de cigarros eletrônicos. O jovem morreu um dia depois de João, após o enterro do padrasto. O caso aconteceu em Santo Antônio da Platina, no norte do Paraná. ✅ Siga o g1 Londrina e região no WhatsApp Segundo Angélica da Silva, viúva e mãe, João ficou nervoso após receber a notícias de que Vitor estava em estado grave, com rins falhando e com necessidade de ser intubado. Assista à entrevista acima com o relato. "Eu só vi que os médicos ali da UTI saíram correndo e eu não entendi por quê. Meu esposo, quando ele chegou na recepção da UTI, ele nem chegou a ver o Vitor. Ele teve infarto fulminante ali", Angélica lembra. João morreu no dia 23 de novembro, um domingo. Vitor, na segunda (24), pouco após o sepultamento do padrasto. "Minha família foi dizimada em dois dias", Angélica disse. Navegue nesta reportagem: Quem era João? Quem era Vitor? João, Angélica e Vitor. Arquivo pessoal Leia mais: Operação: Blogueiro é preso por difamar membros de atual gestão municipal a mando de ex-secretários de saúde e educação, no PR 'Sentimento de dever cumprido': Após quase três meses de decisão do STF, criança do PR com doença rara toma remédio mais caro do mundo Veja os dados: Mulheres deixam de adotar sobrenome dos maridos no casamento no Paraná, indica levantamento Quem era João? João tinha 55 anos e era pastor. Arquivo pessoal João Gonçalves era pastor da Assembleia de Deus AD Central. Ele nasceu em Santo Antônio da Platina, mas a companheira lembra que ele passou por cidades como Jaguariaíva, Castro e São Paulo (SP). Na igreja, atuava na casa de recuperação de alcoólatras e dependentes químicos. João buscava doações e fazia abordagens de pessoas em situação de rua para que realizassem tratamentos. Ele e Angélica se conheceram em janeiro de 2018, por meio de amigos em comum. Os dois se casaram em julho do mesmo ano. Com 15 dias de casado, João recebeu o diagnóstico de câncer estágio 4 com metástase no seio nasal, orofaringe e cervical. O tratamento foi feito com 300 horas de quimioterapia e 38 horas de radioterapia, no Hospital do Câncer de Londrina. João e Angélica, durante o tratamento de câncer dele. Arquivo pessoal "Ele perdeu dentes da frente, todas as unhas além dos cabelos. Ficou sem falar e sem andar, mas nunca se revoltou", Angélica lembra. Em janeiro de 2019, recebeu a notícia de que o câncer teve remissão total, surpreendendo a equipe médica. Angélica ressalta que padrasto e enteado se davam bem e tinham uma relação próxima. João ajudou Vitor a conseguir o primeiro emprego, por exemplo. Quem era Vitor? Vitor tinha 16 anos e morava em Santo Antônio da Platina. Arquivo pessoal Vitor estudava no Colégio Estadual Tiradentes e estava no 1º ano do Ensino Médio. Depois das aulas, trabalhava como vendedor em um comércio de Santo Antônio da Platina. À noite, gostava de ir à academia, de acordo com a mãe. Com o início do ensino médio e aproximação dos vestibulares, o adolescente disse para a família que gostaria de ser professor. Estava na dúvida entre os cursos de Matemática e Educação Física. Aos 12 anos, foi batizado por João na igreja Assembleia de Deus AD Central, em que o padrasto era pastor. "Amava os amigos. [...] Mesmo na UTI, estava preocupado porque tinha marcado de fazer luzes no cabelo. Me pediu o celular para desmarcar e o cabeleireiro não ficar esperando", Angélica conta. Carinhoso e sempre disposto, demostrava carinho que sentia pela mãe. "Ele tinha uma frase que falava desde muito pequeno: 'Mãe te amo ao infinito e além'", ela recorda. Angélica conta que Vitor sempre dizia que a amava. Arquivo pessoal VÍDEOS: mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias em g1 Norte e Noroeste.