Pai e madrasta acusados de obrigar adolescentes a gravarem conteúdo sexual no Paraná vão responder na Justiça por nove crimes
Mensagens enviadas coagindo adolescente a produzir materiais sexuais Divulgação/RPC A Justiça do Paraná aceitou a denúncia contra o pai e a madrasta denunc...

Mensagens enviadas coagindo adolescente a produzir materiais sexuais Divulgação/RPC A Justiça do Paraná aceitou a denúncia contra o pai e a madrasta denunciados por obrigar duas adolescentes, de 16 e 14 anos, a produzirem vídeos de conteúdo sexual em Rio Branco do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Relembre o crime abaixo. O casal agora se tornou réu por nove crimes denunciados pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR). São eles: Associação criminosa; Tráfico de pessoas; Filmagem de cena pornográfica infantil; Coação para registro de cenas pornográficas; Armazenamento de pornografia infantil; Divulgação de pornografia infantil; Estupro de vulnerável; Corrupção de menores; Ameaça. O caso tramita em segredo de Justiça e os dois estão presos preventivamente. O g1 optou por não divulgar o nome dos envolvidos para proteger a identidade das vítimas. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 PR no WhatsApp O Ministério Público não denunciou a outra mulher citada inicialmente como suspeita de participar do crime por ter aparecido em cadastros ligados a números de telefone que pediam e divulgavam imagens das adolescentes. "O Ministério Público requereu o arquivamento do feito, haja vista a ausência de indícios de autoria", aponta o documento. Segundo a Justiça, os réus devem apresentar defesa em até dez dias. A defesa do casal foi procurada, mas não se manifestou até a última atualização desta reportagem. Leia mais sobre o caso: Pai e madrasta são investigados por impor metas de produção de conteúdo sexual; Como pai e madrasta exigiam produções de conteúdos sexuais por adolescentes; Mãe descobre que filhas eram obrigadas a produzir vídeos de conteúdo sexual após pai e madrasta enviarem imagens à patroa de uma delas; Pai suspeito de obrigar adolescentes a gravarem conteúdo sexual é preso no Paraná. O crime Segundo o delegado da Polícia Civil (PC-PR), Gabriel Fontana, as investigações começaram depois que a mãe das adolescentes descobriu que elas eram ameaçadas pelo suspeito para produzir os conteúdos sexuais. Além disso, ele usava linguagem de "seita" para coagir as vítimas. As investigações apontaram que, em outubro de 2024, durante um passeio em um parque de Curitiba, o homem de 63 anos vendou as adolescentes e as levou para a casa dele. Com ajuda da atual esposa, ele gravou os primeiros vídeos de conteúdo sexual das vítimas. Depois de um tempo, as ameaças se intensificaram. "A partir disso, as vítimas passaram a ser sistematicamente coagidas pelos investigados a produzirem vídeos de cunho pornográfico entre si e com terceiros, sob a imposição de uma meta diária de produção", detalhou o delegado Gabriel Fontana. O caso foi denunciado em fevereiro deste ano, quando a mãe das vítimas recebeu ameaças de divulgação de vídeos de conteúdo sexual das filhas. Segundo a polícia, as mensagens eram enviadas pelo suspeito. LEIA TAMBÉM: Iporã: Quem era o homem encontrado morto após sair de pijama para buscar carregador Santo millennial: Santuário em Curitiba guarda relíquia de Carlo Acutis Tempo: Paraná recebe previsão de chuvas e tempestades Conversas em tons de "seita" As conversas obtidas com exclusividade pela RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, expõem como os suspeitos faziam cobranças constantes, utilizando mensagens com tons de misticismo e ameaças para garantir o envio dos conteúdos diariamente até as 22h. Em alguns trechos, os suspeitos determinavam que as meninas tinham apenas uma hora para concluir o "acordo diário". "Por favor, não hesite em errar de novo, ou novamente para que se apaguem todas as suas oportunidades, ok? Seja esperta e não faça por errar para que tenhas que ser punida sem chance de volta [...] Você tem apenas uma hora a partir de agora para concluir seu acordo diário, ok? Não perca tempo e mais esta oportunidade de redenção", escreveram. Segundo Fontana, em uma ocasião, a falta de cumprimento da meta diária imposta às jovens resultou na efetiva divulgação dos vídeos nas redes sociais. Mensagens pai e madrasta Divulgação/RPC Durante as investigações, os policiais apreenderam celulares e computadores e encontraram provas de conversas entre o pai e a madrasta, além de registros de números de telefone com DDD do Amazonas. Como denunciar exploração sexual de adolescentes? Violência e abuso sexual infantil: veja os sinais e saiba como proteger as crianças O Disque 100 é o principal canal de denúncias contra abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Se o crime está acontecendo no momento ou aconteceu há pouco, a vítima deve acionar a Polícia Militar pelo telefone 190 ou comparecer a uma Delegacia da Polícia Civil. Também é possível fazer denúncias de forma anônima por meio do Disque-Denúncia, no telefone 181, ou pela internet. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná A Justiça do Paraná aceitou a denúncia contra o pai e a madrasta epor obrigar a filha e a irmã dela, de 16 e 14 anos, a produzirem vídeos de conteúdo sexual em Leia mais notícias no g1 Paraná.