Crédito no campo: como a tecnologia está redefinindo o financiamento do Agro brasileiro
O agronegócio brasileiro, protagonista na balança comercial do país, sempre teve no crédito rural um de seus principais aliados. Nos últimos anos, no entan...
							O agronegócio brasileiro, protagonista na balança comercial do país, sempre teve no crédito rural um de seus principais aliados. Nos últimos anos, no entanto, o que se viu foi uma verdadeira revolução silenciosa nos bastidores do financiamento agrícola: novas fontes de crédito, tecnologias disruptivas e dados de alta precisão mudaram a forma como o produtor acessa recursos e como o mercado avalia riscos. De 2018 a 2022, o volume de crédito rural oficial no Brasil saltou de R$ 182 bilhões para mais de R$ 800 bilhões, de acordo com dados compilados pelo setor. Um crescimento exponencial, mas ainda insuficiente para atender à demanda de um setor intensivo em capital, com ciclos de produção longos e custos elevados. A verdade é que o agro brasileiro consome todo o crédito ofertado – e ainda pede mais. Esse "apetite" pelo crédito impulsionou o surgimento de um ecossistema financeiro alternativo. Empresas de insumos agrícolas, como fabricantes de defensivos, fertilizantes e sementes, cooperativas, revendas e tradings passaram a oferecer crédito diretamente ao produtor. Atualmente, essas fontes alternativas respondem por cerca de 50% do mercado de custeio agrícola, segundo dados apresentados por Gilmar Lara, Supervisor do setor comercial Agro da Associação Comercial do Paraná, que lidera um projeto voltado à análise de risco no campo. “A falta de informações estruturadas sobre o nível de endividamento e garantias disponíveis fez com que muitos bancos recuassem na concessão de crédito”, explica Lara. “Essa lacuna foi preenchida por agentes não tradicionais, que entenderam a importância de novas ferramentas para avaliação de risco e viabilidade.” Diante desse cenário, tecnologias analíticas passaram a desempenhar papel fundamental na avaliação e concessão de crédito. É o caso da ferramenta Agrocredit, desenvolvida pela ACP. A plataforma oferece um conjunto robusto de análises, incluindo dados de risco de crédito, compliance ambiental (ESG), processos judiciais e consultas ao SCR do Banco Central. Com a análise de dados em larga escala, instituições financeiras e demais players do mercado podem avaliar com precisão as condições das lavouras, a regularidade ambiental e a capacidade produtiva de cada área. O resultado? Riscos reduzidos, custos mais baixos e decisões mais assertivas. Desde 2015, o Banco Central regulamenta o uso dessas tecnologias, o que ampliou sua adoção por bancos, tradings e cooperativas em todo o país. “É uma mudança de paradigma”, diz Lara. “Hoje, quem concede crédito no agro precisa estar munido de dados confiáveis e ferramentas que permitam avaliar o presente e projetar o futuro da produção agrícola.” A combinação de tecnologia, inteligência analítica e necessidades do campo criou um novo modelo de financiamento, mais dinâmico, acessível e personalizado. No centro dessa transformação, estão os dados – e a capacidade de usá-los estrategicamente para impulsionar o agronegócio nacional rumo ao futuro. Conheça mais sobre os benefícios de uma análise de crédito consistente voltada ao agronegócio no site da ACP.